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ENTRADA 42 Enquadramento do Artefacto na Exposição (2 de junho de 2024)

FOLHA DE SALA

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RELAÇÃO COM O ESPAÇO E NARRATIVA: “Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital”apresenta 13 (treze) projetos desenvolvidos no âmbito do doutoramento em Média-Arte Digital, programa desenvolvido pela UAlg e a UAb. A exposição estará patente nas instalações da UAb, na Rua Almirante Barroso, em Lisboa. A UAb é amplamente reconhecida pela sua vocação de ensino a distância e contributo para a constituição de saber coletivo, mediado pela tecnologia, na qual os estudantes desempenham um papel central. De modo análogo, esta exposição reforça a importância da mediação tecnológica como veículo para promover a participação ativa do público e estimular processos reflexivos, cujo contributo é fundamental para uma construção coletiva de conhecimento.

O espaço expositivo funciona como matéria condutora que guia o público pelo percurso, à semelhança do que acontece com a corrente que flui nos circuitos elétricos. Os visitantes não são meros observadores, ao navegarem pelo espaço participam ativamente e contribuem para a construção da narrativa da exposição, que se materializa nesta ligação, mediada pela tecnologia, entre artista e espetador, criação e fruição. Como uma resistência num circuito, cada obra detém o visitante, incentivando de formas distintas e diversas a sua interação. O objetivo é estimular um envolvimento mais profundo com as temáticas apresentadas em cada artefacto, influenciando e modulando a experiência estética.

Na distribuição das obras pelo espaço, houve uma opção consciente e deliberada de não criar núcleos temáticos, de forma a tornar o percurso fluído e heterogéneo. A configuração do espaço focou-se no tipo de interação de cada artefacto, incidindo em duas vertentes: ação direta e evolução no tempo. Em cada espaço procurou-se um equilíbrio entre artefactos cuja apreciação plena depende da interação do público e artefactos que se alteram no tempo e que requerem uma contemplação mais prolongada, funcionando como resistências de diferentes potências que controlam a passagem dos visitantes como um fluxo de corrente.

O percurso inicia-se com a obra “#NobodyQueres/Quiasmos” que incute um lado voyeurista e contemplativo aos visitantes. Na sala seguinte encontram-se três obras: “Kággaba: Masks, Media and People in Community Life – Creating the World of Kággaba”, uma vídeo-instalação que convida à reflexão; “Mãe Soberana - Património (In)Visível”, uma instalação imersiva que promove um contacto intimista com objetos físicos e imagens digitais; e “Anamnese, in Nexum”, artefacto que faz uso da realidade aumentada, em que a observação passiva do público se transforma num diálogo ativo com a obra. No interior do anfiteatro encontram-se quatro trabalhos: “Pedras que Gritam”, uma instalação de videoarte que convida o público a integrar o artefacto; “Cruel Video”, instalação que só se materializa com a presença humana, promovendo uma atitude reflexiva; “Dão água aos mortos que já não têm sede”, uma vídeo-performance distópica que procura desafiar a perceção do público; e “The Weight of Performance (tWoP)”, que é uma campanha-manifesto materializada numa instalação que interage com espetadores através de estímulos visuais, sonoros e físicos. Na transição entre ambientes, encontra-se "Venice in Duality. Exploring Parallel Perspectives in Urban Representation", uma instalação imersiva que propõe uma caminhada através de espaços, perceções e significados. No corredor encontram-se três obras: “Bacamarte Joia”, apresenta objetos físicos numa vitrine que conjugados com um elemento de videoarte, criam uma instalação esteticamente apelativa; “Mundus”, uma vídeo-instalação interativa que tem no espectador a figura central; “spectral spaces”, dispositivo que convida o espectador a uma experiência individual suscitada pela curiosidade. No fundo do corredor, encontra-se o artefacto “3CPIIPC3”, cuja visualidade se altera em função da interação do espetador.

O ARTEFACTO NO ESPAÇO

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“Dão água aos mortos que já não têm sede” é uma vídeo-performance enquadrada numa vídeo-instalação que convida o público a uma experiência envolvente. Este artefacto é projetado para estar posicionado no centro do espaço expositivo, garantindo que esteja o mais distante possível das paredes da sala. Tal posicionamento é crucial, pois permite que os visitantes circulem livremente ao seu redor, explorando a obra de todos os ângulos possíveis. 

A natureza da sequência videográfica apresentada pelo artefacto não privilegia um único ponto de vista. Em vez disso, cada ângulo de observação é válido e oferece uma perspetiva única da performance. Assim sendo, este configura-se como um incentivo a uma interação dinâmica e contínua entre o público e a obra, onde cada movimento ao redor do artefacto revela novas nuances e detalhes da vídeo-performance.

Pensando na versatilidade da exibição, a instalação pode ser apresentada em salas com diferentes tipos de iluminação, seja natural ou artificial. No entanto, para intensificar a experiência visual e sensorial, o artefacto será exibido num ambiente com pouca iluminação. A escuridão ou a baixa luminosidade ajudará a destacar a projeção videográfica, aumentando o contraste e a clareza das imagens, além de criar uma atmosfera mais íntima e contemplativa no seu todo (vídeo-performance + instalação).Esta configuração permitirá que o artefacto atinja seu potencial expressivo, proporcionando uma experiência rica e multifacetada.

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