ENTRADA 26 Relatório Intermédio “Prototipagem” (31 de março de 2024)
Introdução
Este relatório incide sobe a etapa da prototipagem, segundo a metodologia a/r/cográfica (Veiga, 2021), que, à semelhança de todas as outras etapas já realizadas e que ainda podem vir a ser revisitadas neste processo, corresponde às entradas 21, 22, 23, 24, 25 e 26 no Diário Digital de Bordo observável no seguinte link:
https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo
Neste quadro, serão revelados neste relatório todos os aspetos estéticos, funcionais e técnicos que irão compor o artefacto de média-arte digital.
Prototipagem
1. Aspetos estéticos
A estética da média-arte digital também pode ser enriquecida pela sua fusão com outras formas de arte, como a performance e as artes plásticas. Neste sentido, este projeto multimédia, baseado numa vídeo-performance com caraterísticas da videoarte, irá combinam elementos visuais com sons envolventes. É objetivo criar experiências sinestésicas, tanto ao nível da visão, no enquadramento do vídeo, como de tato, no campo plástico, bem como do olfato, pois o principal material que está a ser utilizado no plano físico é palha seca, estimulando assim vários sentidos num único artefacto.
Este artefacto, focando especialmente na devastação causada pela seca, por consequência das alterações climáticas, convida os espetadores a explorar um mundo híbrido criado a partir da combinação de uma paisagem física, que já em processo de criação e possível de se observar na entrada 22 do DDB (https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo/22-prototipagem-planof%C3%ADsico) com uma vídeo-performance criada para 5 “ecrãs”, como apresentado no esboço da entrada 24 do DDB, “Nova forma física do artefacto” (https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo/24-nova-forma), onde por vezes se tornarão numa única imagem, outras vezes serão imagens em movimento dispersas. A componente digital irá relacionar-se com o plano físico criando uma narrativa não linear onde a perceção do público será marcada por uma obra onde os tons de uma “terra” seca e imagens fragmentadas de paisagens criarão contrastes sutis entre luz e sombra que evocarão uma noção de alteração urgente nos nossos hábitos. Elementos visuais de alterações climáticas, como derretimento de gelo e incêndios florestais, serão integrados de forma impressionante, destacando a interconexão entre a seca e outras manifestações das alterações climáticas.
2. Aspetos funcionais/interventivos
Os espetadores terão a liberdade de circular à volta do artefacto, como apresentado no esboço na entrada 26 do DDB (https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo/26-relação-do-publico), e podem tocar em elementos específicos da obra enquanto se desencadeiam imagens e sons ambiente através de uma narrativa visual (vídeo-performance) que revela algumas causas e consequências da crise climática. Esta obra não só envolve os espetadores no ambiente, como também os educa sobre questões complexas e atuais.
3. Aspetos técnicos
Fisicamente, após algumas experiencias com materiais, como apresentadas na entrada 21 do DDB
(https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo/21-prototipagem), a componente física do artefacto será construída consoante a entrada 25 do DDB (https://rmffruben.wixsite.com/diariodebordo/25-prototipo-artefacto)
onde (1) temos o suporte em madeira e o suporte metálico de TV que permitirá ajustar a altura e garantir a segurança do ecrã; (2) temos a TV que suportará a vídeo-performance; (3) e (4) que correspondem à construção da paisagem, aparentemente de um campo seco; e (5) corresponde à zona criada com sacos de plástico transparentes onde uma luz Led vermelha entre o (3) e (4) que criará um efeito interessante alusivo ao interior da terra ou a um rio de lava.
Sobre a vídeo-performance, com apresentado na parte inferior da entrada 25 do DDD, um dos próximos passos seráelaborar um storyboard com os 5 ecrãs. O intuito é que as imagens se vão transformando à medida que o tempo do vídeo avança. Para além da performance gravada, poderá existir a combinação de outras imagens. Não obedecendo a uma narrativa linear, por vezes os 5 ecrãs (círculos brancos) funcionaram com imagens em simultâneo, outras vezes com imagens diferentes entre eles. Na parte da criação digital/computacional, o processo irá obedecer à seguinte ordem:
1. Criação do storyboard;
2. Gravação da videoperformance;
3. Gravação de outras imagens importantes para a combinação das imagens;
4. Algumas imagens podem ser oriundas de bancos de imagens, como o pexels ou o freepik;
5. Edição dos vídeos;
6. Montagem;
No ponto 4 e 5, serão utilizados o Adobe Photoshop, o Adobe Premiere e o Imovie como ferramentas digitais.
Conclusão
Este relatório representa um marco significativo no desenvolvimento do artefacto de média-arte digital, focado na prototipagem conforme delineado pela metodologia a/r/cográfica. Ao longo de todo este processo de criação, tenho vindo a explorar aspetos estéticos e técnicos que compõem uma obra híbrida, que busca não apenas sensibilizar, mas também inspirar uma ação eficiente em relação às alterações climáticas, com ênfase na devastação causada pela seca.
Os aspetos técnicos detalhados neste relatório fornecem uma visão clara do processo de construção física e digital do artefacto. Em última análise, este relatório representa um passo significativo em direção à concretização do artefacto de média-arte digital, que visa não apenas informar, mas também inspirar mudanças significativas em relação às alterações climáticas. Com uma abordagem multidisciplinar e uma ênfase na colaboração entre as artes e a tecnologia, este artefacto promete ser uma expressão poderosa da nossa responsabilidade coletiva de preservar e proteger o nosso planeta.
Referências
Veiga, P. A. (2021). Método e registo: uma proposta de utilização da a/r/cografia e dos diários digitais de bordo para a investigação centrada em criação e prática artística em média-arte digital. Rotura, (2), 16-24. https://doi.org/10.34623/y2yd-0x57